Sem apoio, Base ficará esquecida em uma prateleira de Brasília


Salvar
Por: Beatriz Vichessi

O pesquisador norte-americano David Plank, da Universidade de Stanford   Foto: Sofiia Shukhar

Na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, David Nathan Plank estuda o documento que forma a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em comparação ao Common Core, que vigora nos Estados Unidos desde 2010. Professor da Escola de Pós-Graduação de Educação e diretor de Faculdade do Centro Lemann para Inovação e Empreendedorismo na Educação Brasileira, há quase 40 anos, ele foi professor e pesquisador no Brasil.  
Segundo Plank, os novos padrões de aprendizagem dão um direcionamento do que os professores e as escolas têm de fazer. Ele reitera, porém, que é preciso investir na formação dos professores.

Quais os maiores desafios para a implementação da Base Nacional Comum Curricular? Primeiramente, é muito importante esclarecer o que é a BNCC: um conjunto de padrões acadêmicos que especifica o conhecimento e as habilidades que os alunos devem adquirir durante o período de escolaridade. Não se trata de um currículo, muito menos de um conjunto de planos de aula. Por isso, colocar a Base em prática na sala de aula vai exigir grandes investimentos na formação docente e no desenvolvimento de livros didáticos e materiais que possam ajudar os professores a dar aulas alinhadas aos padrões estabelecidos por esse novo documento.
De que depende a BNCC para dar certo nas escolas? O material foi desenvolvido durante um extenso processo de diálogo com educadores e a sociedade civil, e esse esquema deve continuar para colocar a teoria em prática de forma satisfatória. O sucesso ou o fracasso da Base junto aos educadores depende do trabalho realizado junto a eles nas escolas, não em Brasília, de forma isolada. É fato que ela pode contribuir com grandes melhorias em relação ao aprendizado dos alunos, mas isso vai acontecer somente se os educadores receberem o apoio que precisam para colocar as diretrizes em prática.
Casos de outros países podem inspirar o processo de implantação da BNCC no Brasil? Na Califórnia, na costa oeste americana, o Estado investiu mais de US$ 4 bilhões em formação de professores e desenvolvimento curricular desde a adoção do Common Core (Base nacional dos Estados Unidos que inclui Matemática e Linguagens) em 2010, e segue aplicando dinheiro. A Austrália também fez investimento financeiro semelhante para implementar novos padrões.
Desde o início das discussões, a Base despertou muitas críticas. Por exemplo, alguns consideraram que ela é um limitador da autonomia docente. Isso faz sentido? O documento não diz respeito a como ensinar. É dos docentes a decisão sobre a melhor maneira de explorar conteúdos específicos junto aos estudantes. Insisto: a BNCC estabelece metas claras sobre o que eles devem aprender – e isso é um grande passo para o Brasil. A implementação de currículo, seguindo os padrões da Base, essa sim, é uma tarefa à qual estados e municípios devem se dedicar, envolvendo fortemente os educadores.
No dia a dia, nem sempre a teoria corresponde à prática e é provável que os professores tenham de fazer ajustes e adaptações no que diz a BNCC. Isso evidencia problemas no documento? Não, de forma alguma. Educadores encontram situações inesperadas em classe a todo momento e constantemente têm de fazer correções, ajustes e desvios no percurso que planejaram com certa antecedência. É justamente por isso que o trabalho deles é tão difícil.
Agora que foi aprovada, a Base tem de ser colocada em prática por todos os educadores, inclusive aqueles contrários a ela. Que conselho o sr. daria a eles? Recomendo não só a eles, mas a todos os educadores, que insistam para que funcionários federais, estaduais e municipais de Educação ofereçam formação e o apoio necessário para alinhar o ensino praticado hoje ao que diz a BNCC. Caso contrário, nada vai mudar nas salas de aula brasileiras e o documento vai ficar esquecido numa prateleira em uma sala de Brasília, o que seria uma perda terrível para todos.
www.novaescola.org.br


5 tendências educacionais para 2018 às quais os educadores precisam ficar atentos

O rápido avanço da tecnologia está causando transformações em nossa sociedade, no mercado de trabalho e nos processos de ensino e aprendizagem, que agora devem focar em conteúdos e habilidades que culminam no conceito de “Educação 4.0”. Separamos aqui 5 tendências educacionais que chegam com mais força em 2018.
A tecnologia avança rapidamente, causando transformações em nossa sociedade e no mercado de trabalho. Isso exige também mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, que devem focar em conteúdos e habilidades que culminam no conceito de Educação 4.0, preparando os estudantes para o sucesso em meio a uma nova revolução industrial que há é chamada de Indústria 4.0. Separamos aqui 5 tendências educacionais que chegam com mais força para 2018. Que tal começar já a se preparar para elas?
Muito se fala na importância da construção de habilidades como trabalho colaborativo, inteligência emocional, boa capacidade de comunicação verbal e escrita ou resolução de problemas, e elas são extremamente importantes e precisam ser abordadas na escola, mas elas se somam cada vez mais com as competências que a Industria 4.0 vai exigir.

Tendências educacionais em 2018:

1 – STEM
Você já deve ter ouvido esta sigla, que significa Science, Technology, Engineering and Math, ou Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em bom português. No contexto educacional, o termo STEM tem a função não só de identificar estas cinco áreas do conhecimento, mas também de interligá-las. Isso é feito incentivando a aprendizagem interdisciplinar com foco na aplicação prática do que é aprendido, algo que vai de encontro a um movimento cultural conhecido como Cultura Maker. O ensino e a aprendizagem STEM carrega consigo a busca pela compreensão e pelo real impacto dessas disciplinas no mundo. Quer saber mais? Baixe gratuitamente nosso eBook sobre STEM.
2 – Tecnologia e Inovação nas Atividades Complementares
Os próprios alunos demandam mudanças na metodologia de ensino. Segundo a edição 2017 do relatório Nossa Escola em (Re)Construção, do Instituto Porvir, 66% dos alunos entrevistadosafirmam que olimpíadas de conhecimento, oficinas de criação de mídia e laboratórios “não podem faltar” na escola dos seus sonhos. Um programa de atividades complementares como o VC.Maker, com aulas práticas em áreas de interesse dos jovens como robótica, programação de jogos ou mesmo produção de conteúdo para o YouTube é uma forma de atender a esta demanda e mobilizar recursos ociosos como salas de aula e laboratórios, aumentando o faturamento de sua escola.
3 – Uso de “Cloud Computing” na infraestrutura de TI da escola
Manter o parque tecnológico de uma escola é um trabalho complexo, que pode ser facilitado com a adoção de soluções de Cloud Computing ou Computação na Nuvem. Neste modelo, dados e software ficam armazenados em servidores remotos na internet e podem acessados sob demanda a partir de qualquer lugar do mundo. Com isso tarefas como atualização de software, backup de arquivos ou implementação de políticas de segurança são simplificadas e centralizadas, e um único administrador pode controlar centenas de máquinas. Uma implementação deste conceito são os Chromebooks, computadores portáteis ágeis e baratos desenvolvidos em parceria com a Google, onde tanto os dados do usuário como os aplicativos e partes do sistema operacional são armazenados na internet.
4 – Programação (Coding) e Robótica
Nunca houve tanta demanda por estas atividades. A programação ensina muito mais do que uma forma de “dar ordens” a um computador. Ela também ensina uma nova forma de analisar e resolver problemas, expressando uma solução na forma de uma sequência de passos que um humano ou um computador possam executar efetivamente, uma habilidade valiosa conhecida como Pensamento Computacional. Já a robótica permite fazer a “ponte” do mundo digital para o mundo real, criando máquinas capazes de coletar dados e interagir com o mundo ao seu redor. Ao mesmo tempo, estimula o interesse por áreas como a Engenharia e Matemática (veja só, componentes do STEM!).
5 – Educação 4.0
As tendências educacionais anteriores são parte de um conceito maior chamado Educação 4.0, nome dado a uma proposta educacional que começa a responder às necessidades da Indústria 4.0, também conhecida como a quarta revolução industrial. Nela a linguagem computacional, a Internet das Coisas, aInteligência Artificial, os robôs e muitas outras tecnologias se somam para dinamizar os processos nos mais diversos segmentos da indústria. Baseia-se no conceito de Learning by Doing, ou seja aprender fazendo, com ênfase nas habilidades digitais e no empreendedorismo na escola. Mostramos aqui mesmo no blog que a Educação 4.0 já é realidade.

Leve a inovação para sua escola! 

E que tal criar um espaço que engloba todas as tendências educacionais acima e ainda posiciona sua escola como um polo de inovação? É a proposta das Salas de Inovação, um espaço para promover conceitos de STEM, pensamento matemático e computacional e a Cultura Maker em um local projetado para estimular o aprendizado.
As Salas da Inovação combinam programas como o Pense Matemática, que estimula o senso numérico, resolução de problemas e investigação matemática, kits de robótica educacional LEGO® Education WeDo® 2.0 e LEGO® Mindstorms® Education EV3, os computadores portáteis Positivo Chromebook e o Quantum V, smartphone com projetor Laser HD integrado, que irá tornar suas apresentações muito mais dinâmicas.

tendencias educacionais sala inovacao
Exemplo de layout de uma sala da inovação. Cores e adesivagem visam criar um ambiente acolhedor e inspirador para os alunos

Tudo isso acompanhado por uma proposta de adesivagem e ambientação da sala, para que ela possa se tornar um ambiente inspirador para os alunos e um ponto de destaque na estrutura de sua escola. Que tal dar o primeiro passo?

Fonte: https://www.positivoteceduc.com.br