MEDO DE INOVAR: POR QUE PROFESSORES DO SÉCULO 21 AINDA PASSAM POR ISSO?

Um assunto cada vez mais em voga está relacionado ao modelo tradicional de ensino nas salas de aula do século 21. Uma pesquisa realizada pela antropóloga Lauren Herckis, na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, mostrou que os profissionais da educação têm receio de inovar ou implantar novas práticas por medo de parecerem estúpidos e passar vergonha diante dos alunos.
Imagem: CDN NEWS
A conclusão veio após um longo acompanhamento de reuniões de professores e a observação de e-mails. Nessas ocasiões, os docentes discutiam estilos de ensino e, principalmente, possibilidades de inovação. De acordo com a pesquisa, um dos maiores desafios é certificar que esses professores não sejam constrangidos durante as aulas.
A consultora em Educação Andrea Ramal, disse ser comum que os professores deem aula da maneira que foram habituados a aprender durante a formação. A especialista citou três motivos que desenvolvem esse medo de inovar nos professores.
O primeiro é o temor em sair do modelo de ensino que já conhecido, o tradicional. Em outras palavras, há um apego à segurança deste método. Mesmo que muitos educadores tenham consciência de que esta metodologia não funcione mais nas salas de aula do século 21, muitos educadores têm um apego a este método.
A insegurança por não saber como os alunos reagirão ao uso da tecnologia e o fato de o método tradicional de ensino ser um modelo legitimado socialmente são os outros dois fatores apontados pela especialista. “É o que o diretor da escola e  a família esperam, é o que a maioria das pessoas pensam. O professor se sente obrigado a manter esse padrão”, disse Andrea Ramal.

Esperança de mudanças no curso de formação de professores

Uma alternativa para o início da transformação desses profissionais é a implementação de ferramentas inovadoras em suas formações. Se esses cursos continuarem totalmente baseados no modelo tradicional, dificilmente os novos professores inovarão quando estiverem lecionando.O apoio dos órgãos responsáveis pelo setor educacional de um país é imprescindível para que haja uma mudança no modelo educacional. Segundo Andrea, o problema do Brasil, especificamente, é que há poucas pesquisas que fundamentem a validade das inovações.
Nos Estados Unidos, por exemplo, muitos pesquisadores analisam as inovações e fazem um cruzamento entre os índices de aprendizagem. “Só a partir do momento em que há uma melhora no índice de aprendizado a inovação passa a ser recomendada e fundamentada academicamente. Isso traz mais segurança para os professores.”
A utilização de metodologias ativas pode ser o caminho para uma sala de aula com professores inovadores. Conceitos de sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (PBL), gamificação e outras ferramentas que estimulem o protagonismo do aluno usam tecnologia para o estudante ter acesso ao conhecimento sem, necessariamente, depender do professor para tudo.
“Existe uma tendência cada vez maior em buscar um novo perfil de professor. Profissionais autônomos, mais ativos, empreendedores. Isso vale para o professor na escola, mas também se aplica para outras profissões. Eu acredito que as escolas deveriam estar mais atentas a esse novo perfil que o mercado busca para reformular o seu currículo e também a sua didática.”


Fonte: http://inoveduc.com.br

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